Olhos
Sempre olhando, juntos e solitários,
Lentes que fitam, namoram ,nem sabendo que o seu igual mora bem ao lado,
Filmam, focam, olham e retratos,
Videos, novelas de uma vida, acompanhadamente solitários.
Escrevem na face em forma de maquiagem,
Um leve poema, nas bordas em lápis,
Cada qual completando a mesma poesia,
Retocando ao espelho eles enfim se olham quando destraída nem percebia.
Um mesmo olhar de dois pontos de vista,
Ao susto se fecham, quando um somente pisca.
E no mesmo choro de alegria ou tristeza não oferecem lenço a enxugar,
Dividem a mesma lágrima, que faz rir ou até mesmo o efeito de soluçar.
Acordam num só despertar sem hora marcada,
Apesar dessa contínua companhia desacompanhada,
Adormecem juntos como se um ao outro conduzissem à cama ao destino do sonho,
A dupla de uma só coisa, que sempre segue, sem ao menos poder afagar o seu outro dono .