Olhos

Sempre olhando, juntos e solitários,

Lentes que fitam, namoram ,nem sabendo que o seu igual mora bem ao lado,

Filmam, focam, olham e retratos,

Videos, novelas de uma vida, acompanhadamente solitários.

Escrevem na face em forma de maquiagem,

Um leve poema, nas bordas em lápis,

Cada qual completando a mesma poesia,

Retocando ao espelho eles enfim se olham quando destraída nem percebia.

Um mesmo olhar de dois pontos de vista,

Ao susto se fecham, quando um somente pisca.

E no mesmo choro de alegria ou tristeza não oferecem lenço a enxugar,

Dividem a mesma lágrima, que faz rir ou até mesmo o efeito de soluçar.

Acordam num só despertar sem hora marcada,

Apesar dessa contínua companhia desacompanhada,

Adormecem juntos como se um ao outro conduzissem à cama ao destino do sonho,

A dupla de uma só coisa, que sempre segue, sem ao menos poder afagar o seu outro dono .

Edilson Alencar
Enviado por Edilson Alencar em 08/02/2011
Código do texto: T2778733
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