Minha Amante
Vim te contar lâmina de água
Que ontem eu senti tanta saudade
Dela que me inspira tanto amor.
Vim te contar lâmina de água
Que o calor que ela me dá
Você mesmo apaga.
Vim te contar, também
Que não, eu não falo com a chuva
Estou só me banhando.
Vim te cantar minha doce
Estou tão carente
Abraça-me! Não me sinto quente.
Talvez, por quê eu só me sinta bem
Nos braços brancos dela
Tão morenos de carinho.
Um dia, chuva, deixo-te
Pois, um dia meu amor chega
E aí, não sou sozinho.
Chuva, conheces minhas palavras
Conhece os poemas que
Tanto tenho carinho em fazer.
Apesar de saírem por minhas mãos
Eles não são de um só coração
São meus; mas mais dela.
Vim te contar lâmina de água
Que você ás vezes me sossega
Teus beijos longos e gostosos.
Vim te abraçar lâmina
Amanhã tenho que ir embora
Vou sair sem sair do lugar.
Lâmina de água
Me tirarei a vida antes que tu
Até nisso tenho orgulho...
Tu que bate fina no meu peito
Meu sangue é tão fino quanto tu
Bates tão insistente em mim...
Bates tão fraca no meu peito
Mas, me faz tão mal
Tusso tão incessantemente.
Me sinto fraco hoje
O sol não nasceu, foi abortado
É que hoje não a tenho, chuva.
Chuva, és meu segundo amor
Minha amante mais voluptuosa
Por quê não me faz esquecê-la?
Mesmo que seja
Contra a minha vontade
Me afogue nos teus seios.