Dizem que saiu por aí
De repente, sem qualquer aviso
Um amor desenganado
Por filósofos, médicos e poetas
Trajava uns sonhos coloridos
De rosa a lilás (e amarelo)
Deixou inúmeros bilhetes
Incompreensíveis
Para consolar as lembranças
E para despistar as esperanças
Deixou uns olhares assim azuis
Para os últimos instantes
Para desconcertar as crenças
E desinventar suas histórias

Dizem que saiu por aí
De súbito, sem qualquer senso
Um amor desesperado
Dos mais insanos e desacreditado
Pelo que foi e pelo que poderia ter sido
E principalmente pelo que não é mais
Pelo que haveria de ser
Se tivesse havido
Dizem que saiu por ai a esmo
Pelo que nunca mais vai ser e sabe
Por tudo que seria e nem desconfia
Foi atravessar abismos e desertos
Foi perder-se em outros idos tempos
Talvez uns outros tantos domingos
Foi morrer em esquecimentos
E esquecido de tudo quis ir
E se foi, mas foi sozinho

Dizem que foi por aí
Sem deixar rastros
Sem deixar de ser
O que sempre quis
E não pode ser mais
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 06/02/2011
Reeditado em 29/07/2021
Código do texto: T2776345
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