Poema 0864 - Dizendo das loucuras
Poderia dizer da vida, de alguma outra,
que vida posso falar...
De sonho, dos sonhos, todos aqueles
sem nenhum plural de esperanças.
Volto devagar ao meu esconderijo,
fico entre o sim e o não,
escondo-me das perguntas que não entendo,
da mulher que não encontrei.
De fato tenho sonhos, alguns grandes demais,
sou forçado a reconhecer e digo sim,
aos sonhos, a pouca realidade,
até onde estende minha vida, fica a vontade.
Permaneço em silêncio durante a viagem,
dispo dos meus desejos,
antes de cada encontro, de cada beijo,
não é real se anular, isso não é amar.
Escrevo palavras que mal sei pronunciar,
um poema que não senti,
um nome de mulher que não conheço,
teço cada noite um desejo, como se fosse última.
Estou triste por um momento, solitário hoje,
sou visionário de um e outro amanhã,
meus olhos não vêem ao redor,
a meu pedido, meus pensamentos não viajam.
Não direi que amo a primeira que aparecer,
sem tocar meu corpo, sem a alma, não,
as palavras parecem sumir no espaço,
um vazio que não sei explicar, não esta noite.
30/10/2006