Ouro de tolo...
Se vestiu de reciclagem da vida,
pintou os olhos tristes,
passou batom nos lábios maliciosos...
Escondeu as marcas do tempo,
com cremes industriais,
tingiu o cabelo de castanho caju...
Diminui a idade, fingiu ser intelectual e articulado...
Se acha sexy, com a epiderme exposta,
queimada pelo sol de Copacabana,
a tarde sem hidratante...
Epiderme castigada pelo sol a pino,
Sentado ao lado do grande poeta,
Tentou imitar os seus passos...
Só consegui tirar algumas palavras,
da sua massa cinzenta...
Viu que não era bom nisso o bastante,
para brincar com as palavras...
Não basta ter vontade, tem que ter o dom,
e um bom coração...
Ter afinidades com a inspiração,
ser um visionário e viajar nas asas da quimera...
Se vestiu de social, encheu os dedos de anéis,
de ouro de tolo e uma corrente com pingente de bijuteria...
Retocou e mascarou o caráter, para não aparecer a índole,
manchada pelo passado vil...
manchada pelo passado vil...
Desceu a ladeira da lapa,
Entre amigos distribuiu panfletos...
Do lixo reciclado fez o luxo, um porta de poesias,
Amigos sejam bem-vindos a revista...
Mais aquele poeta sentado no banquinho a beira-mar,
Ah! Esse não vou deixar entrar me negou inspiração...