Da espera do amor
Sempre esperei
que ele fosse chegar
com o frescor das manhãs
o perfume das maçãs
temperado
com cravo e canela
Nas mãos
um ramalhete de amor-perfeito
e uma poesia
bem singela
Mistura
do cheiro de café fresquinho
com pão
bem quentinho
No rosto
um sorriso matinal
e como tal
que ele fosse
um sujeito simples
um pouco matuto
um pouco astuto
sem ser oculto
ou indeterminado
levado
moleque safado
aprendiz
e sábio professor
Nunca desejei
os grandes feitos
sabia que ao chegar
ele traria consigo
os seus defeitos
Mas
que me levasse ao céu
todas às vezes
que fizéssemos amor
Veio
o entardecer
fez-se
o anoitecer
E ele
ainda não chegou