A PORTA

A porta que em algum momento,
Esteve entre nós,
As palavras que perdemos,
Os olhares que deixamos passar,
O tempo, mesmo na distância,
Tudo deixa marcas...
Sejam elas de ciúmes ou insegurança,
São suficientes para retardar nosso caminho.
O que nos uniu, não mentiu,
O tempo não nos separou,
Nem fez nos esquecermos...
Ainda que houvesse tempo para recomeçar,
A janela frágil do que vejo,
Me machuca na angústia de me entregar.
Então entrego-me ao tempo,
Deixo a vida me ensinar,
Posso sofrer, posso até morrer
Sem saber como é amar você,
Mas não vou ver e sofrer,
Pelo que nem sei se vai acontecer.
Para que machucar o amor?
Deixa-o ser lindo dentro de mim,
Deixa-o ter e ver na magia que faço,
Deixa eu amar...
Amar mesmo que seja sozinha.
A porta ainda está aqui,
Mas tenho medo de abrir...

Adriana Leal



Texto revisado por Marcia Mattoso