INCERTEZA
Mais uma vez você me difama.
Sem razão, ainda assim, reclama
de mim que, apesar de tudo, a ama
e não percebe a sua trama.
Com incerteza você diz que me ama.
E todo meu interior se inflama,
fazendo reacender, do amor a chama
que, em mim, arde e clama.
Mas, sem deixar de ser uma dama,
o néctar, do amor, você derrama.
Põe á prova toda sua gama.
Em voz alta o desejo proclama.
E com a incerteza, ainda, diz que me ama.
Então me inflama e, para cama me chama.
22/05/1991
Haroldo Franco