PAREDE DO SONO

Na parede da memória

tudo ainda está tão vivo

como as luzes brilhantes da cidade

que iluminam os calafrios

que sinto noite após noite

quando a parede do sono

está fria e desoloda

as lembranças surgem fervorosas

e as lágrimas se tornam assombrosas

é quando a parede do sono se quebra

e caído de joelhos

sentindo todo o remorso

até queria me tornar um cadáver

mas a parede do sono

ainda que quebrada

me mantém lúcido

para que eu consiga

atravessar a madrugada

o sol brilha e continuo acordado

sol gelado com brilho congelado

cerrando as imagens no meu olhar

mantendo ofuscada

a parede da memória

que brilha intensamente

com os flashes do passado

e que transbordam em lágrimas

por trás da parede quebrada do sono

Luiz Noscente
Enviado por Luiz Noscente em 02/02/2011
Código do texto: T2767290
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