SÓ O AMOR FINADO NÃO MORRE MAIS
Antes eram as juras desbaratadas,
As baratas mentiras verdadeiras, bem-vindas
A língua molhada a pulsar nos lábios do outro
O âmago do estômago a vibrar em soluços
Os impulsos ocultos vazando os tutanos dos ossos...
Onde está este amor embotado, esquecido?
Vem então um segundo, um terceiro
E o amor perde o ideal de amar,
Contenta-se só com o vibrar da conquista...
Lá se vão mais e mais paixões
A perderem o amor de vista
Amores venenos dentro do mesmo amor,
Amores escambos do desamor...
Como finda tanto afeto, sem nunca acabar-se?
Eterno e pleno nos tantos (re)começos
Nos tantos desencantos de tantos finais...
Só o amor finado não morre mais
(Esgota-se na infinita paixão
De não mais querer-se a amar)