Bolhas de Sabão
Certa vez eu tive uma bolha de sabão. Era simples, frágil e transparente. Mas era minha, só minha. Tinha um brilho tão bonito, que parecia uma pequena estrela, que de tão cadente acabei encontrando-a e esta me fez companhia. Suas curvas eram tão precisas e singelas que pareciam terem sido projetadas por um engenheiro.
Quando olhava através dela, o mundo ganhava cores. Eram tantas cores que parecia que o arco-íris estava sorrindo-me. Eu podia ver o seu interior, e lá no fundo, eu encontrei-me – a imagem que ela roubara de mim mesmo. E ela elevava-se cada vez mais alto, e eu a acompanhava, era como se estivéssemos a dançar uma valsa num baile onde a gravidade não tivesse sido convidada.
Mas num momento de inquietação, ela foi-se. Já não havia mais bolha de sabão. E aquilo que em tão pouco tempo pareceu-me tão infinito, já não era mais nada. Deixou-se de ser simples, frágil e transparente. Enfim, já não era mais nada.
Pensei que nunca mais fosse encontrar uma bolha de sabão igual aquela. Até o momento que eu soprei novamente, e logo nasceu mais uma bolha de sabão para minha alegria. Já não pensava no que havia passado. Só me interessava o encanto daquele momento. Até que ele já não era também; e não tive escolha: tive que soprar de novo!
P.S.:Na verdade esse texto não fala de bolhas de sabão. Eu to falando é de amor!