Imprevisto

O que não sou eu

sempre me encheu os olhos.

Sempre foi a medida.

Dava-me a direção

O que não sou eu

sempre foi distante.

Sempre foi tão distante,

que turvava-se na miragem das minhas vontades.

.

.

.

Num dia desses de operário,

perdido no meu destino torto,

você brotou do acaso,

e vi o abrir dos olhos,

do que já se dava por morto

e então o que não era eu

passou a ser somente

algo qualquer do resto do mundo.