Lampião e Maria Bonita
Lampião, Rei do Gangaço
Conquistando seu espaço
Lá no sertão nordestino
Sem ter certa instrução
Usava seu belo facão
Como “lápis” desde menino
Vivia na redondeza
Roubando a realeza
Para os pobres ajudar
Fazendeiro endinheirado
Tinha o pescoço aparado
Se quisesse retrucar
Os seus amigos do peito
Obedeciam com jeito
As ordens de Lampião
Se fosse então diferente
Não haveria mais gente
Naquela pobre nação
Porem uma certa paixão
Naquele árido sertão
Modifica Lampião
Se chegou com tanto jeito
Prá preencher no seu peito
Seu vazio coração
Não precisou das tais armas
Nem do seu belo facão
Prá seguir sua razão
Bastou um simples olhar
Bastou só dela cuidar
Lhe dando seu coração
Tua vida era mais bela
Não era então mais aquela
Vida triste, esquisita
Sorria, vivia e cantava
Seu coração palpitava
Por uma Maria Bonita
Felizes viveram, por tempos
Pelo sertão se escondendo,
Seus homens e os tais “macacos”
Pouco a pouco iam morrendo
E o coração deste Rei
Já ia enfraquecendo
E foi numa triste emboscada
Numa tarde ensolarada
Que tiraram suas vidas
Como prêmio desse amor
Tiveram nesse terror
Suas cabeças perdidas.
Otacílio- 20.10.2008