ENTRE VERSOS E PRANTOS
Recorro a todos os poderes da fragilidade para voar sem céu
Ao desanuviar o véu que insiste ocultar a luz dessa revelação
Uma vez que em pleno chão desminto a rotação desse carrossel
Que me negou a doçura do fel e condenou-me à liberdade da prisão!
Achados meus retalhos, nunca me vi sob tamanha inteireza
E os fogos da tristeza se estatelam pelas noites dos artifícios
Que me castigam por seus benefícios, que me confundem com a certeza
Enchendo de fome a minha mesa, lotando de prantos meus sorrisos!
Eis que lá pelas tantas do fim, quis o destino propor um recomeço
Cobrando-me o que não tem preço, fingindo ser meu inimigo
Razão porque me asilou no desabrigo e me fortaleceu com o medo
Não quis guardar o seu segredo e nem o agasalhou consigo!
E agora todo o universo já conhece o grito ecoado em meu silenciar
Que nos meus versos vive a sangrar, que dançam valsa com o abandono
Só tu não sabes que estou chorando e o que calado vivo a falar
Porque teu coração não quer me amar e nem saber que eu te amo!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
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