O que sei desse amor
É o amor ainda doer em mim
Um amor só esse que dói tanto assim
Deixa doer assim sem a menor pena
Como dói toda coisa que não é pequena

O que sei desse amor
É só o alarde com que arde em mim
Fogo que não consome, torna-se intenso
Torna-se tão imenso que só um amor assim
Assim como sinto e sei, como penso
Que me faz pequeno, menor que o intento
E eu nem tento ser mais que isso, invento
Intento um absurdo silêncio, e sou intenso
No pretenso calor de uma insana poesia
Que só me diz do amor e tudo que me diz
É exatamente tudo aquilo que não penso

O que sei desse amor
É viver sempre assim em mim
A despeito do que morre e do que matam
Do que escandaliza os que pensam que amam
A despeito do que jaz ainda em esquecimento
Ou talvez vai se perdendo em desconhecimento
O que sei desse amor eu sinto
Eterno na efemeridade do momento

O que sei desse amor
Eu calo fundo no mais profundo de mim
Inquietação imensa de um questionamento
Tanto amor em mim esparrama-se em poesia
O que sei desse amor?
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 31/01/2011
Reeditado em 29/07/2021
Código do texto: T2762223
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