Meu Amigo Vento.
Todas as noites
o vento vem brincar
em minha cama.
Entra pela janela
enrosca-se em meu corpo,
chega ao meu ouvido
e sussurra com sua voz fria:
Venho de longe,
venho cantando morena
a canção que Éolo,
meu pai me ensinou.
Passei ainda agora pela casa
de seu bem, de lá trouxe um presente.
E teu cheiro doce de jasmim e mar
Invade o ar. E o vento amigo
num suspiro diz todo animado e
apressado: eu já vou morena,
correr mundo outra vez,
que essa é minha sina!
Digo quase adormecida:
Vai vento amigo,
vai meu companheiro.
Leva ao meu amado,
o meu calor,
e diz que ainda espero
que ainda o quero,
que são todos seus
os beijos meus.