Passaporte
O sonho não mais fora popular:
Arquitetado pelas sombras e estragos de uma noite,
A ele têm direito tão somente aqueles aptos ao amar
Ao passo que seus filtros nunca mais serão tão fracos — antes fossem.
Se não sonhasse, o quê de mim seria?
Seria pela noite mais um homem com pesares de meu dia?
Apresenta-se-me, pois, o passaporte dos sagrados
Pertencente a poucos grãos seletos deste solo hoje arado.
Do conceito boa sorte, no entanto, hei de discordar.
A este âmbito inconciso em que não basta nosso orar:
Necessário é o esforço do amante
Em permitir seu coração à valsa em ritmo andante
(Determinante, a permissão desbanca a ordem dos quadrantes).
Em verdade, são sortudos desprovidos de temores
A se esbarrarem às balisas dos amores
Emancipando-se da fundamental percepção
De olhar profundo a si, a dialogar com o seu coração.