Daquilo que é invisível
A resposta presa na garganta
Esconde-se em saliva engolida à força
Fecho os olhos e tento esvaecer
A efígie que em minha mente se desenha
Na vã tentativa de lhe esquecer
Recolho-me na concha taciturna na bruma
E ainda reúno seiva para tentar ponderar
Todavia, nem ao menos consigo escrever
O desejo que em meu peito ainda queima
Palavras faltam, me sobra o querer...
O limiar da dor transformado em bel-prazer
Aproximou corações, pintou muros, sem saber...
Que o anseio que queima e nos poros exala
É aquele mesmo que nos faz morrer aos poucos
Na distância que emudece e nos afasta...