Daquilo que é invisível

A resposta presa na garganta

Esconde-se em saliva engolida à força

Fecho os olhos e tento esvaecer

A efígie que em minha mente se desenha

Na vã tentativa de lhe esquecer

Recolho-me na concha taciturna na bruma

E ainda reúno seiva para tentar ponderar

Todavia, nem ao menos consigo escrever

O desejo que em meu peito ainda queima

Palavras faltam, me sobra o querer...

O limiar da dor transformado em bel-prazer

Aproximou corações, pintou muros, sem saber...

Que o anseio que queima e nos poros exala

É aquele mesmo que nos faz morrer aos poucos

Na distância que emudece e nos afasta...

Letícia Cesario
Enviado por Letícia Cesario em 30/01/2011
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