COTIDIANO
COTIDIANO
Selvagem de amor
em preto e branco
Transparente de sonhos
rubros vivos
Minhas catástrofes íntimas
Lambendo sem morder a pele nua
O momento transparente e insone
O agente completo do bem e do mal
Tenho a alma feita de soluços
Tenho a alma feita de piedades
Na hora da dor estou sozinha
Pode não ter valido a pena
O meu branco
desespero do cotidiano
Ana Wagner