As nuvens não são de algodão
Foi quando descobri
Que as nuvens não eram de algodão
Que a mais pura emoção
Estava maquiada
Em um semblante descaído
Era simplesmente
O princípio da aflição
Nunca mais cairia novamente
Nesse seu capricho
Me pergunto agora
Dia e noite
Onde está você?
A serenidade dos seus olhos
Fora novamente ofuscada
Pela loucura
Seu olhar hostil
Penetrou até o fundo d'alma
Não consigo esquecer aqueles
Mágicos instantes
Em que evitavas me olhar
Mais uma vez dizia eu
Não desvie seu olhar
Seus olhos negros
Misturavam-se com seus belos cabelos
Caídos por sobre os ombros
Pude novamente viajar
Um instante apenas
Gostaria de lhe falar
Não individualmente
Mas como nós
Seremos novamente nós?
A realidade já me consumia
Nunca mais deitei e sonhei
Em paz
Meu riso estava comprometido
E meu semblante
Tímido ao flertar-te
Arriscando-me considerar-me
Comprometido nesse mar de ilusões
Que é amar-te
E eu cego
Cego de amor
Pois 'os cegos não amam'
Então querida
O risco é totalmente seu.