O silêncio de agora
Era quase silêncio
quando partiste de mim.
Não sei se era noite
ou somente o reflexo do
crepúsculo que inundava a minha retina.
Apenas um quase silêncio
foi o que ouvi.
E senti nas dobras do tempo
o momento exato da despedida,
o instante preciso do adeus,
a hora solene da partida.
Já não havia o relógio e as
palavras calaram-se na garganta,
engasgadas e misturadas
com lágrimas
agridoces que fugiam dos olhos.
Busquei um verso...
Compus um poema.
Brindei a dor que sentia com
a solidão que os amores deixam
e em cada palavra registrei
um sentimento, uma emoção dorida.
Na casa vazia teu perfume
inunda a atmosfera e traz
uma memória que penso esquecer.
O tempo ainda não curou
a ferida que fizeste em mim
e o silêncio de agora permeia
um segredo:
O amor continua batendo,
insolente,
no meu peito.