O silêncio de agora

Era quase silêncio

quando partiste de mim.

Não sei se era noite

ou somente o reflexo do

crepúsculo que inundava a minha retina.

Apenas um quase silêncio

foi o que ouvi.

E senti nas dobras do tempo

o momento exato da despedida,

o instante preciso do adeus,

a hora solene da partida.

Já não havia o relógio e as

palavras calaram-se na garganta,

engasgadas e misturadas

com lágrimas

agridoces que fugiam dos olhos.

Busquei um verso...

Compus um poema.

Brindei a dor que sentia com

a solidão que os amores deixam

e em cada palavra registrei

um sentimento, uma emoção dorida.

Na casa vazia teu perfume

inunda a atmosfera e traz

uma memória que penso esquecer.

O tempo ainda não curou

a ferida que fizeste em mim

e o silêncio de agora permeia

um segredo:

O amor continua batendo,

insolente,

no meu peito.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 27/01/2011
Código do texto: T2755671
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