SUSSURROS

S U S S U R R O S

Ah! Menina! Tu és quem me delicias!

Agora, bem nesta horinha.

Com sua arte não de amar,

mas de sussurrar!

Tanto que também estou a arreliar,

e querendo docemente te afagar,

assim como quem quer só brincar.

Bem sei que se a ti eu soprar,

nem precisarei gritar,

você vem me acalentar com muxoxos.

É claro, seus sussurros ouço-os no vento,

fico excitado, tanto que saltaria abismos.

É tocante o canto das folhas

O vento assobia vindo da serra

Vibra a paisagem viva

Cheira capim meloso

Às vezes aconchegado,

na cama, sozinho deitado,

imagino-te agoniada,

por palavras despojadas

Foi mansa na retórica

Aquietou em ternura

E sorriu com graça (sussurrando)

Faz greminar em mim uma sementinha

Despretenciosa e sem formalidades

No começo sem pressa e em segredo

Acende em mim um fogo que me alenta

Um mal que me consome e me sustenta

Um bem que me entretém e me dá cuidado

Um cuidado de quitude e paz

(maio/1976)

Aleixenko
Enviado por Aleixenko em 27/01/2011
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