MEU TEMPO
Pilhagem da vida,
meu tempo em inércia.
Na imensidão do espaço
o ontem e o atual,
o ponto ao qual
meu movimento retorna.
Com olhos parados
no opaco infinito,
reconstruo imagens.
Encontro angústias
e encruzilhadas.
Do amor feito só
de entrega intensa
restaram sensações sem toques,
vividas em dias de escuro total,
em noites de claridade insone.
O antigo viver
perfeito e único,
perdeu-se no tempo,
sumiu na tormenta.
Saudade e solidão: inseparáveis.
Espaço em branco onde escrevo agora
em novos versos de liberdade,
reflexões da grande tempestade.
Geografia de profundos vales
e tortuosas mudanças interiores.
(texto editado)