O amor

Dantes de termo-nos

concentrados um no outro,

já sabíamos, amiúde,

que nos tínhamos um ao outro;

mas divagamos.

E nesse estreito eixo da existência,

colorado na frequente sincronicidade de olhares,

desviávamos o sentir a lá do peito resguardado:

pagamos a fiança constante

de nosso crime renitente e pueril,

suave e dissidente.

E aqui cabia o desatino de solidão,

hercúleo, fugaz, insistente.

Ao travar ambos, dileta -

onde a vida por só se converteu -

entre nós o sigilo da verdade se rompeu;

E a fragrância do Destino fez-se hialina e viril;

E nós, como nós somos,

existimos, persistimos e insistimos,

em ser o que ainda somos:

O amor.

Diego Guimarães Camargo
Enviado por Diego Guimarães Camargo em 26/01/2011
Código do texto: T2753037
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