AMORES...

“Ninguém ignora que a poesia é uma solidão espantosa, uma maldição de nascença, uma doença da alma.”

Cocteau, Jean

Aqui neste peito desfilaram amores.

Ilimitados enquanto duraram e renderam

poesias, suspiros, vigílias, sonhos e agonia...

Tudo rodopiou a passos largos por este peito.

Chegaram bem vestidos, lindos e faceiros,

vieram preparados para uma temporada:

trouxeram provimentos em forma de beijos,

saciou-me a fome, bateram sinos, festejaram!

Tudo acabou! E neste meu peito, agora,

há uma fome negra e uma saudade enorme.

E eu me deito vazio nesta cama fria e sem vida.

Meus suspiros doridos não matam a fome de amor

e as lágrimas descem úmidas, quentes e em cascatas,

sobre a face de tantos amores passados e definhados.

IVAN CORRÊA
Enviado por IVAN CORRÊA em 25/01/2011
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