O que me disseram as adoráveis camélias
Sempre , quando vou chegando a tua rua
Aquela que nem é mais estranha , como outrora imaginei
Ainda na esperança de haveres sentido a minha falta
Ou que suspeitastes da minha visita sem motivo , de ontem
Me vem ao pensamento um milhão de palavras , algumas até inventadas
Todas seguindo a lógica da situação , mas receio em dizê-las agora
E só passo em frente a tua casa , vejo algum movimento
Sorrio para tua janela , e acabo de pensar , dando a volta no quarteirão
Depois que nos despedimos , passeei por inúmeras vontades
Agradei meu corpo com pensamentos de paixão
O próprio ardeu , e me pediu que voltasse apressado , quase me impondo isso
Mas acalmei tudo , refletindo que essa paixão é algo maior que só arder
É maior até que os meus pensamentos garantidos
E minhas palavras inventadas
É meu raciocínio irracionalmente apaixonado
Que te oferto , e exponho sem medo de estar me enganando
Isso me fez pensar que aqui dentro de mim
Há um lindo campo de camélias , como aquelas que se vê na tua varanda
Como uma primavera apaixonante , todo ele , sutilmente , criado por ti
Pronto para sumir com meus males e minhas maledicências
Não sou homem , o bastante , para ousar te deixar sem mim
E nem criança demais para prometer que estaremos sempre felizes
Estarei contigo , mesmo quando estiveres me xingando mentalmente
E garanto que , um com o outro …
Dará tudo certo .
Daniel Sena Pires - O que me disseram as adoráveis camélias