Cronos
Não guardo a data dos meus últimos atos, não trago o tempo na mente, o meu pulso não carrega o peso dos relógios. Medir o tempo é ensaiar o final do filme.
O tempo, a brisa que afaga a pele e o rio anda lentamente sobre a terra, qual cobra esperando dar o bote no mar, roça o barro e vai seguindo. Medir o tempo é antecipar o gozo.
Gosto de olhar o teu humor, talvez hoje chova, o céu está cinza. Ou o sol saia nesse céu que já foi azul. Um dia, quanto é um dia? Um sorriso, a nudez, lágrima. Medir o tempo é perder o sabor do beijo.