O Louco e o Cego

Vai levando a tua vida

Como que fosse normal

Abraçando o leviano

Pra fugir de todo mal

Que escurece os pensamentos

E te deixam muito triste,

Porque pensas nos momentos

Mais felizes que tu viste,

Que viveste e que sentiste

Ao lado do grande amor,

Pois agora não resiste

A incruenta e dura dor;

Pra fugir de todo estresse

Semanal e cansativo:

É que o novo te apetece

Na importância de estar vivo;

Pra fugir de todo monstro

Que destrói o teu pensar:

É melhor o falso riso,

Quem te engana só olhar.

Tu te engodas coração,

Desviando o pensamento

pra quem te paga a bebida

e quem te dá um momento

longe de teu sentimento

magoado e comprimido,

afinal há muito tempo

para ele tu tens vivido.

Hoje tu não queres mais

E procuras te esconder,

mas jurando, “tinha paz

quando sabia viver.”

Sei que não vais encontrar

Neste mundo tão imenso

Um alguém que nas minúcias

Foi fiel, amigo, intenso,

Companheiro, pajem, forte,

Nas campanas – atalaia,

Teu esteio quando a Morte

Te puxava pela saia,

O teu ombro quando a dor

Te fazia lacrimar,

Teu amor ameno e cândido

Nas noitadas de luar...

Eu espero que num dia,

Dentro de teu coração,

Deixe toda covardia

Para dar-me o teu perdão.

22/01/2011 3h11

Cairo Pereira
Enviado por Cairo Pereira em 22/01/2011
Código do texto: T2744707
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