AMOR EM DELÍRIO
Eu te defino com constatações que a semântica ignora
O que te aflora, segundo noto, é algo que mergulha em teu interior
O teu fervor é um gélido favor que ampara tudo quanto explora
A tua história é um compêndio que nenhuma trajetória registrou!
Eu te avisto na cena bela que olho nu nenhum contempla
O pão que te alimenta decerto é um maná envolto por mistérios
Sob a noite de teus cabelos belos há versos que nem a poesia inventa
O teu inverno me esquenta e o teu verão afugenta meus frios internos!
A tua voz flutua como pluma sob a nota de uma música abstrata
Na tua face vejo intacta a pena magna que desenhou os universos
Eu testemunho no teu corpo dispersos sinais de arte fina e farta
Pra mim és diva nata, o mar da sedução em céu de sonhos imersos!
Tu não existes e por isso justamente és real
Porquanto me faz mal, o teu veneno é a solução para o meu bem
Me admito teu refém, me submeto a essa derrocada triunfal
Porque o meu amor não tem final, tal qual esse poder fatal que ti contém!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
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