PÁLIDA FADA

De pele muito branca

Alva, alva como aquelas santas

Cobertas em seu manto de cristal

(Mas era gente de carne e ancas...)

Tinha uma diversidade interna

Que não se mais vê

Em nada, em ninguém...

E era essa intensidade

Do colorido de sua expressão

Que transbordava em suas palavras

E destoava de sua tez...

Não era o teor da mensagem,

Nem o abusivo uso da calma.

Era algo além do que frases enunciadas

Eu a sentia tal uma imensa praga

A consumir-me em gafanhotos...

E, sem querer, assentia

Sem me abrir, me apertava

E sem me perder

Pelas falas dela, imiscuia-me

Dentro de cada cor desprendida

Dos lábios da pálida fada

Que retingia numa nova aquarela

A previsível paleta minha