ENXURRADA
Chuvas de lembranças, que se acumulam.
Lavando empecilho, transparente vidraça.
Enxurradas rolando, sonhos perambulam.
Crepitando no vento, parecendo a fumaça.
Como chuva, chegando passageira, audaz.
Rolando livre, levando, insistindo ameaça.
Levando o entulho, que estirado na eira jaz.
Espaços lavados, chovendo em tanta graça.
E para sempre, formado jardim colorido.
Regadas lembranças, e jamais murcharão.
As flores altivas, vencendo um sol batido.
Após enxurrada, as confinas pétalas virão.
Reflorescer sob a luz, de terno absoluto.
Sempre abrolhando, com uma enxurrada.
Uma passarela, enfeitando largo viaduto.
Ampliação perfeita, espera nova florada.