FERA NOTURNA
Chega a noite e me foge um leão
Fogo ardente e selvagem vulcão
Meninas sereias se queimam no chão
Batons vermelhos se prendem ao leão.
Há um mistério de algo rasteiro
É a prece de um vento solteiro
Trazendo sinais e sons verdadeiros
Arrastando o veneno de um amor verdadeiro.
E uma serpente me embola nas nuvens
Derramando a minha prisão
Faz de presa num tempo estrelado
E devora o selvagem leão.
Foi-se a noite e o dia chegou
Tempo quente congela o furor
E o vento levou a serpente
Mas seus rastros ficaram na mente.
E as feras esperam de novo
Verem o rei da noite chegar
Devorando suas presas num fogo
Verem um fogo que é fogo queimar.