CALMINHA AÍ, MEU CORAÇÃO

Calma, meu coração

Que pele é pasta porosa

Segura aí teu sentimento

Nesta morsa

Apetitosa,

Ferrosa

Vê se glosa esse alimento...

Imaginação não é devaneio

É meio de criação

Delírio, isso sim

É danação sem freio

Essa incursão prossegue

Veia do pescoço afora

Sombra nua a perambular

Pelas ruas e becos cegos

Pelos bailecos marotos do mundo...

Calminha aí, coração

Despista os absurdos

Que sangram de teu vão

Que o corte é muito profundo

(Aquieta-te.

Que - cá entre nós -

O que não te mata

Engorda-te

De emoção)