TUDO POR AMOR

TUDO POR AMOR

Quando eu tinha casa,

Eu ia satisfeito às compras.

Trazia frutas várias,

Muita comida,

Pequi, frango caipira,

Tudo que o dinheiro

Pudesse comprar.

Se não desse dava um pré-datado,

Comprava fiado.

Nem sabia como pagar.

Décimo terceiro,

Ia às férias vender,

O que não podia era a comida faltar.

Tudo por amor eu fazia,

Em troca amor eu recebia...

Hoje não tenho mais casa,

Moro em um grande galpão,

Cheio de vazio é minha nova casa,

Como o meu coração...

Comprar o que não tenho para quem levar,

Também não encontrei nada,

Levar o que?

Cadê a criançada?

E a mulher amada?

Todos têm sua própria vida,

Levar para quem a comida?

Mas gôndolas de leite Ninho,

O ninho vazio,

Na de açafrão,

Na de frio

Frango de granja sem coração.

O paladar é de comer saudade,

Se alguém souber onde encontra-la

Me encomende uma carrada.

Pago a vista.

Êta vida danada...

Quando eu tinha casa...

Goiânia, 12 de novembro de 2008. NINHO VAZIO

Goiania, 17 de janeiro de 2011. TUDO POR AMOR

jurinha caldas
Enviado por jurinha caldas em 17/01/2011
Reeditado em 17/01/2011
Código do texto: T2734577
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.