Do amor que posso
O amor que posso e não me foge à rima,
despede a farsa ao projetar um rumo
do eterno sonho, mesmo que deprima,
no fim do acaso que se fez sem prumo.
O amor que sinto peca, na verdade,
no alar sem jeito de um velado canto,
nos tais momentos de sentir vaidade
em que me envolve seu dourado manto.
É muito o preço que me cobra a vida
em festas tantas de um bailar sereno,
em palcos quantos... Fala indefinida
que pouco dura, no cenário ameno,
mas que embeleza a dor da despedida
na tela fria, azul de metileno.