VIELAS
Deixe meu riso sair.
Estou presa em uma jaula...
E histérica entre os bêbados!
Sou angústia, tristeza e desespero.
A minha alma vive angustiada
E meu corpo aguarda o degelo.
Só ao teu lado fico sem jeito...
Quero a última lágrima desse amor.
Que me encharca, sangra e despe.
Um amor avesso a todos os defeitos,
Agridoce, ocre, rarefeito.
Vejo o relógio derretendo, placidamente!
Repito-me, não reflito e bocejo.
É tudo uma farsa:
Finjo que estou viva e você me mata.
Lavei os pratos,
Arrumei a casa...
Queria beber o que te mantém sóbria!
Não quero explicar minhas palavras,
Fecho a porta.
Os cubos repetem-se...
Meu humor foge para vielas e me deixa tonta.