Esse vazio se chama saudade
Nos porões do meu coração,
você sobrevive enclausurado.
Não por acaso, nem de caso pensado,
mas é que lá, você se instalou.
No regalo do vinho mais doce,
ao som de violão selo
e em chuva de flores,
em muitos amores você me encantou.
Colhendo um pouquinho de mim,
no orvalho do capim, da relva,
cortês e gentil, você se apresenta
e inventa me tocar em pensamentos,
em Lua exelsas.
Sua tez deslumbrante me faz deslumbrada
e, entremeada de ilusões;
minhas prisões do passado
hoje quebradas somente em adivinhações.
Enigmaticamente me deixaste carente
do que com você não vivi;apenas sonhei.
Um sorriso suave, olhos de lumem
em noite escura na minha alucinada imaginação,
me pegas pela cintura e afagas com docilidade
meu corpo desejoso e o meu carente coração.
E um vazio me invade covarde, impiedoso,
poderoso a constranger meus sentimentos,
rebentos do que restou, - ambiguidade,
e numa miragem perdida no tempo
lhe reinvento pra não me afastar
de tudo que restou em minhas lembranças,
o vazio de sempre... Saudade!
Edna Fialho
Nos porões do meu coração,
você sobrevive enclausurado.
Não por acaso, nem de caso pensado,
mas é que lá, você se instalou.
No regalo do vinho mais doce,
ao som de violão selo
e em chuva de flores,
em muitos amores você me encantou.
Colhendo um pouquinho de mim,
no orvalho do capim, da relva,
cortês e gentil, você se apresenta
e inventa me tocar em pensamentos,
em Lua exelsas.
Sua tez deslumbrante me faz deslumbrada
e, entremeada de ilusões;
minhas prisões do passado
hoje quebradas somente em adivinhações.
Enigmaticamente me deixaste carente
do que com você não vivi;apenas sonhei.
Um sorriso suave, olhos de lumem
em noite escura na minha alucinada imaginação,
me pegas pela cintura e afagas com docilidade
meu corpo desejoso e o meu carente coração.
E um vazio me invade covarde, impiedoso,
poderoso a constranger meus sentimentos,
rebentos do que restou, - ambiguidade,
e numa miragem perdida no tempo
lhe reinvento pra não me afastar
de tudo que restou em minhas lembranças,
o vazio de sempre... Saudade!
Edna Fialho