Enfim Maria

Bastou um encontro leve,

quase furtivo,

com a graça do teu olhar expressivo

pra se tornar um ato repetitivo,

instintivo,

necessário.

Reação automática, fugir,

te repelir.

Me proteger.

Te agredi. Por susto...

Medo de não resistir

Instalou-se em mim

uma saudade insistente,

por vezes impertinente,

absurda!!

Teu jeito moleque

encravado em mim.

Meu pleito inflado

por uma saudade incoveniente.

Exigente.

Fazendo sofrer.

Eu, apavorada,

clamando pelo meu bom senso.

Em meu ringue interior,

uma batalha sangrenta travou-se...

Meus principios arranhados.

Meus tabus afrontados

Meu coração

com tua imagem tatuada.

Eu ferida.

Assustada !!

Doendo demais...

Sentimento indefinido,

me encantando!!

A necessidade de ti me incomodando

Um desejo único me comandando

A incompreensão me freando...

O primeiro beijo...

me domando.

Tudo tão rápido, confuso...

tão bom...

Repleto de temores

Regado de tremores

Naquela madrugada

(eu) despudorada

diante da platéia de estrelas

(alucinada)

aceitei a mutação.

A lua nossa cumplice,

enlaçando-nos, sorria

para assim formarmos,

fora da constelação de Órion,

as mais novas três Marias

Má Oliveira
Enviado por Má Oliveira em 24/10/2006
Código do texto: T272530