Vidraças
Leve são os raios de sol que cortam as vidraças.
Vem a aurora e eu vejo a vida outra vez ressurgir
E defaz o crepsculo do nevoeiro de um período extinto.
Sou a liberdade que existe em mim ao buscar o fato distante
Entre a neblina do meu delírio e da luz que me admira
A cada romper da aurora.
Quero prestigiar a coragem e a incoerência nesse terreno quente
De minha fé. O futuro é o agora em cada expectativa.
A outrora é um panorama ausente nos rastros do tempo ido.
Como manter toda essa alegria, toda essa fantasia que me liberta
Da emoção e deixa marca temporária e perspicaz da bonança ?
Como reprimir essa lembrança que emancipa e emerge do alvitre
nesse rio de esperança?
Olho a franjinha dilatada das maretas invadindo a areia
E nela encontro à felicidade na moldada e distinguida personagem
Dos fatos e da realidade que moram nos meus devaneios
Vejo em mim, somente essa verdade escancarada e destemida.
Que espiona o planeta através das vidraças da vida.