Vidraças

Leve são os raios de sol que cortam as vidraças.

Vem a aurora e eu vejo a vida outra vez ressurgir

E defaz o crepsculo do nevoeiro de um período extinto.

Sou a liberdade que existe em mim ao buscar o fato distante

Entre a neblina do meu delírio e da luz que me admira

A cada romper da aurora.

Quero prestigiar a coragem e a incoerência nesse terreno quente

De minha fé. O futuro é o agora em cada expectativa.

A outrora é um panorama ausente nos rastros do tempo ido.

Como manter toda essa alegria, toda essa fantasia que me liberta

Da emoção e deixa marca temporária e perspicaz da bonança ?

Como reprimir essa lembrança que emancipa e emerge do alvitre

nesse rio de esperança?

Olho a franjinha dilatada das maretas invadindo a areia

E nela encontro à felicidade na moldada e distinguida personagem

Dos fatos e da realidade que moram nos meus devaneios

Vejo em mim, somente essa verdade escancarada e destemida.

Que espiona o planeta através das vidraças da vida.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 24/10/2006
Reeditado em 24/10/2006
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