Doce Sangue
Sou sombra, na noite me deito,
nas ramagens, meu corpo, seu ponto falho
chama-lhe em gemidos cálidos,
vem, toma de mim, és meu eleito.
Sou nas sombras o que tens procurado
guio teus passos de forma ordinária
pela noite escura, sou presa involuntária
do beijo que na morte tem destino esperado.
Dou-te em cálice o alimento fremente
Sou tua paz nesse amor eloqüente
Sou a dama que dança em noite infinda.
Presa a ti, sou fera acorrentada
Tens em mim a felina transfigurada
no alimento preciso de forma indistinta.