E assim...
E assim,
recrio o mundo em rimas
pelos portais de mim,
passando sonhos em cores,
abraço o corpo que amo
no mesmo amor que meu sangue tingiu.
Traço versos e reversos,
meus abismos marejam em vida,
vejo-me então feliz bailarina
na dança que serpenteia o tempo
delineando as linhas do corpo
que em minha própria sombra desenho.
E assim,
sou andarilha pelas esquinas de mim,
ensaio os passos uma vez sonhados
e canto meus amores,
presentes ou passados,
mas todos meus, assim, bem assim...
E olho a chuva
desenhando suave, amores perfeitos,
pelas vidraças agora bem abertas
que mostram o universo
que trago no peito.
19/09/2006