IMPERDÍVEL A NOSSA NOITE DE AMOR...
Sua inquietude é muito provocante...
e seu grau de insatisfação atinge o clímax
quando afirma que nosso encontro no apto
foi péssimo...
porque estava esperançosa de usufruir uma
noite linda...
mas sem que ela esperasse surgiu um trovão...
depois mais outro e outros...
e decididamente ela não gostava de
retumbantes tronares..
Então para aplacar seu descontentamento
usava a sua palavra mágica:
Que droga !!!
Eu continuava quieto...sempre o mesmo
enquanto ela asseverava que eu não era
o mesmo,
e que algo havia acontecido entre nós dois
para que eu me mantivesse assim calado
e não seguisse dizendo muitas e muitas coisas,
porque se dissesse de verdade... ia ser
mesmo complicado.
Com raiva, ela inusitadamente tira sua
blusa,
e assim ela acha que vou modificar minhas
intenções no amor...
mas não...não posso mudar o que nem
havia mudado !
E continuo o mesmo...como sempre fui,
contrariando assim o que ela esperava de
mim...ou seja: que eu a abraçasse até me
asfixiar.
Ela levanta a voz...me chama de ingrato
e insensível.
E não só levanta a voz...mas levanta-se
do sofá também...pega a bolsa,
sai nervosa... e, para completar, bate a
porta com tanta força
que já mais parecia um dos trovões
ameaçadores que seguiam troando
anunciando um segundo temporal.
O dela.
Então despenca uma chuva quilométrica
Logo, alguém bate à porta com insistência...
e penso que só pode ser o carteiro todo
encharcado...mas não...
É ela !!! Completamente molhada, pingando
até pelo nariz !
Ela corre para o banheiro...eu corro atrás,
afinal o sentimento altruista neste
momento
fala mais alto que qualquer pretenso
amor...
Logo lhe levo uma toalha limpa...
branca...
só porque ela gostava da cor branca...
talvez por ter se acostumado no seu
trabalho no hospital beneficente...
onde tudo tem de reluzir no branco mais
impecável...
E então,sem que eu esperasse,
ela tira toda
a roupa...diante de mim...
Nossa !!!
Ela emagreceu !!! Eu nem sabia !!!
Logo providencio um roupão que nunca
uso...mas infelizmente não branco, mas
azul marinho...com desenhos chineses...
e que alguns chamam de quimono.
Ela se enfia nele...e o roupão bate no
chão.
E é a primeira vez que noto como ela
realmente era bem menor do que eu.
Voltamos à sala...e ela se sente bem
melhor.
E então me agradece com um muito
obrigado...formal e ainda meio oblíquo,
mas sincero.
Lhe dou um beijo...seu rosto está frio,
lábios gelados.
Ela me puxa...para si...e apenas diz:
Você é um chato...mas eu te amo,viu?
Hum...querida...você também é uma chata,
mas eu também te amo...viu ?
E assim, enquanto os trovões lá fora se
divertiam no magnífico temporal...
o sofá já sabia de tudo !
Essa noite de paixão a gente não ia
perder...
Hum...que noite !!!
De bruxas não teve nada...
só de trovões, rsrsrs.
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Autor: Cássio Seagull
Poesia que fiz em 10-01-11- 18 h em SP
Lua nova - sol - 29 graus
Beijos e abraços para você...Boa terça.
cseagull2@hotmail.com
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