UMA QUASE BALADA PORTUGUESA

Vai-me por dentro este choro

a desaguar pelos olhos

tanto mar a inundar-te

a inundar os teus olhos

ai, homem da vida minha

ai, homem do meu amor.

Vai-me por dentro este deserto

a alastrar os pensamentos

tanta areia a secar-te

a secar os teus olhos

ai, homem da minha vida

ai, homem do meu amor.

Vai-me por dentro esta morte

ai, cruel, que anunciaste.

Tanta morte, ai, tanta morte

a tomar-te a alma cansada

ai, homem da vida minha

ai, homem do meu amor.

Ai, não morras, ai não, não morras.

Se em algum lugar da alma tua

algum amor pela vida minha

algum amor ainda se mova

ai, homem da minha vida

ai, homem do meu amor

diz não a esta morte, agora,

para ela não mais agitar-se

feito louca assim, tão louca

pelas ruas da alma tua

pelas ruas da alma minha

ai,diz não a esta morte, agora,

que não chegue a nossa hora

de partir, ai, que não chegue

que não chegue, ai, não agora,

ai, homem da minha vida

ai, homem da nossa vida

ai, homem do meu amor.

Por Zuleika dos Reis, iniciado ontem, de madrugada, terminado agora, às 10 horas e cinquenta minutos, em 09 de janeiro de 2011, na Capital de São Paulo, Brasil