DOS POEMAS QUE FIZ PARA ADÉLIA

O que deve ter sido feito?!...

Estariam guardados numa gaveta,

Em seus pensamentos, no peito?!...

Não mais me dizem respeito

Sendo que foram feitos para ela,

Por ela e pelo meu amor.

Eles pertencem aos meus sonhos

E seriam dedicados ao nosso fim.

Escritos por um sentimento mais verdadeiro

Do que a atual coloração de seus cabelos.

São poemas e como tais abstratos

Porém palpáveis quando descrevem

A maciez de sua pele que nunca toquei!

Dos poemas dados para Adélia,

Eu tenho a certeza de um coração enganoso

E a comprovação de uma das mais famosas

Teses de Platão.

Os caracóis de seus cabelos vivos e já tão distantes

Com a velocidade do passar do tempo, aquela saia

Ou vestido que ela nunca usaria; o piquenique

Que nunca fizemos, as palavras ou parangolês

Que adoraria ouvir e o manto da condição

De Deusa a qual lhe canonizei!

Ela os rasgou, repassou, ignorou ou releu?!...

Poemas bobos, mal escritos, rasurados e lindos.

Poemas feitos para ela, mas pertencentes a poesia

E outras histórias sem final.

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(http://reinodalira.wordpress.com)