As páginas do seu corpo
Manuseio o seu corpo tão delicadamente,
como quem descobre nas páginas de um diário mental,
um scripts em diagramas minúsculos
cuja senha a esse santuário, é o toque carnal.
Manuseio página por página de um papiro,
embebido em unguento afrodisíaco, perfumado
como o próprio pecado nos retalhos de ninh’alma pagã,
escrito em tinta púrpura num corpo erotizado.
Minha concepção de prazer, é beber
gole a gole desse vinho forte, doce, mágico
que é ofertado a esse humilde visitante extasiado
por seu olhar a conduzir-me ao enigmático.
A fratura que me alucina, ébrio, asfixiado do seu poder,
condena-me a postar-me ajoelhado a oferenda herege
divagadora e inquietante, conduzindo-me a parte por parte
desse corpo escaldante em revelar-me segredos em preces.
Segregados do medo de lhe perder, sem lhe ter,
um portfólio incontido a abrir-se prum mundo
que eu não escolhi, mas fui convidado por meu desejo
a me conduzir... Seu corpo; - sequestro de mim mesmo.
Assim, morrer bêbado e louco no santuário que adentrei,
perder-me no cortejo, em tórridos beijos, em sessões de luxúria
a desvendar seu contexto singular, demoníaco
de tradução de uma língua nativa, complexa e inconsciente,
que eu só soube reverberar, nos mistérios de lhe amar...
Edna Fialho
Manuseio o seu corpo tão delicadamente,
como quem descobre nas páginas de um diário mental,
um scripts em diagramas minúsculos
cuja senha a esse santuário, é o toque carnal.
Manuseio página por página de um papiro,
embebido em unguento afrodisíaco, perfumado
como o próprio pecado nos retalhos de ninh’alma pagã,
escrito em tinta púrpura num corpo erotizado.
Minha concepção de prazer, é beber
gole a gole desse vinho forte, doce, mágico
que é ofertado a esse humilde visitante extasiado
por seu olhar a conduzir-me ao enigmático.
A fratura que me alucina, ébrio, asfixiado do seu poder,
condena-me a postar-me ajoelhado a oferenda herege
divagadora e inquietante, conduzindo-me a parte por parte
desse corpo escaldante em revelar-me segredos em preces.
Segregados do medo de lhe perder, sem lhe ter,
um portfólio incontido a abrir-se prum mundo
que eu não escolhi, mas fui convidado por meu desejo
a me conduzir... Seu corpo; - sequestro de mim mesmo.
Assim, morrer bêbado e louco no santuário que adentrei,
perder-me no cortejo, em tórridos beijos, em sessões de luxúria
a desvendar seu contexto singular, demoníaco
de tradução de uma língua nativa, complexa e inconsciente,
que eu só soube reverberar, nos mistérios de lhe amar...
Edna Fialho