Poema 0854 - Poetas
O poeta tem seu próprio mundo,
imperfeito como outros,
simples como tantos,
amante como tão poucos.
O poeta ama ou detesta, o amor ou a solidão,
saboreia o beijo enquanto fala da boca,
diz do corpo amante, enquanto não faz amor,
para falar de prazer escreve o nome da amada.
O poeta agasalha-se em uma folha de papel,
protege-se com um lápis apontado,
escreve histórias de traz pra frente,
e ninguém, nenhum amor morre no final.
Poetas existem como a vida, como amor na poesia,
eles não vão das mentes, dos olhos, dos brilhos,
onde têm amantes, tem amor, lá está ele,
o poeta das mentiras, dos desejos, dos abraços.
Poetas não morrem, apenas param de escrever,
arquivam sua sorte, guardam sua solidão,
deita no seu último poema e descansa,
até um outro dia, até outra poesia lhe chamar.
23/10/2006