TOMA POSSE
Ele me toma a posse sempre.
Começa por massagear meus pés,
E vem subindo...
Os olhos vendados e sinto suas mãos...
Até que atinge meu senso, meu juízo
E me desmonta inteira...
Apenas com o olhar.
Abdico de mim,
E me deixo ser descoberta por ele,
Que prossegue com seus carinhos invasivos,
A me tomar por completo...
E eu quase enlouqueço...
Essa aflição espiritual, gostosa de sentir,
Essa mesma aflição,
De prazer me atormentando,
Você me segurando pra eu não gritar...
Seu cabelo cor de prata, em desalinho...
Minha pele arrepiada, quase nua...
Grande é sua inconseqüência...
Um desacato
Chegar até meu íntimo e concluir a invasão,
Após me fazer implorar que continue...
Momento em que sua poesia vira perversão...
Quase um murmurejo no meu ouvido,
Eu acordo em meio a tudo.
Agitação, disso me lembro...
E é infalível,
Eu continuo tudo, pensando em você...
Vitoria Moura 4/01/2011
Ma Vie