Era
Era…
Era apenas uma pedra dourada
Num canto sujo, repugnante
Mas brilhava e não era pedra nada
Era a pétala de uma rosa
Ou de um lírio silvestre
Num retrato amador, um tanto rupestre
Uma valsa em seu redor
E um versejo infinito
Soltei eu olhando a pétala num grito
Uma pétala dura…
Uma pedra talvez… questões não mais, detesto porquês
Lírica sombra
Aquela pétala guardava
No seu olhar endurecido
No seu peito enternecido
No seu colo escondido
Mas rejeitava
Um suave tocar
Uma pele macia
Uma alma e um sonho
Um penedo medonho era ela
Uma pedra não
E uma pétala, pensei, mas nego
Era um escaldão
Um sofrimento
Uma emoção
E acrescento, que senão termino
E não denunciei…
Que era afinal
Um coração!
Um tanto quebrado
Sofrido, rejeitado
Mal amparado
Sem calor, sem cor,
Amargo, gelado e sofrido
Um coração naquele canto sujo, escondido.
Lacrima D'Oro