Saudade
Indefinível sentimento, concreto e austero
Singelo e extremo, real e intenso
Doce, sutil, porém sincero
Acalma e enlaça minh’alma com graça
E domina o que sinto, vejo e o que penso
Me envolve, reprime minha dor
Com calor e leveza, e afasta a frieza.
A sombra aqui dentro fecha uma porta
Lá fora outras abrem
Se disser que vai embora
Entristece meu ser,
Meu viver fica triste
E, sem cor, adormece
Me esquece no frio
No escuro do mundo
Sem medo nem honra
Voraz e feroz
Insensível, fugaz, desleal
Mas fiel vou seguindo
Pensando, sorrindo e sonhando
E assim vou cantando
A canção que meu peito exala
E a mente absorve
E consome a solidão que habitava
Matava-me aos poucos
Em doses pequenas
De horrores imensos
De dores tão simples
E incertos caminhos
Sem idas nem vindas
Sem eira e à beira do caos
Do esquecido por todos
Que muitos odeiam
E choram ao ver
Ao sentir, ao viver
Sem sofrer nem chorar
Até o fim seguirei
Sonhando, cantando, sentindo
Lembrando, expirando minha’alma
Correndo pra ti
Suspirando ao te ver
Desejando te ter
Novamente sorrindo ao meu lado
Me olhando, nos olhos um brilho
E um certo sigilo, de algo escondido
No fundo do peito
E na palma das mãos
Que acalantam meu ser
E enobrece o destino,
Me faz sonhar acordado
Com um abraço apertado
E um beijo sincero
Da minha amada, saudade!
Que com amor ainda espero!
Saudade de você Marina Bidinelo