Saudade

Indefinível sentimento, concreto e austero

Singelo e extremo, real e intenso

Doce, sutil, porém sincero

Acalma e enlaça minh’alma com graça

E domina o que sinto, vejo e o que penso

Me envolve, reprime minha dor

Com calor e leveza, e afasta a frieza.

A sombra aqui dentro fecha uma porta

Lá fora outras abrem

Se disser que vai embora

Entristece meu ser,

Meu viver fica triste

E, sem cor, adormece

Me esquece no frio

No escuro do mundo

Sem medo nem honra

Voraz e feroz

Insensível, fugaz, desleal

Mas fiel vou seguindo

Pensando, sorrindo e sonhando

E assim vou cantando

A canção que meu peito exala

E a mente absorve

E consome a solidão que habitava

Matava-me aos poucos

Em doses pequenas

De horrores imensos

De dores tão simples

E incertos caminhos

Sem idas nem vindas

Sem eira e à beira do caos

Do esquecido por todos

Que muitos odeiam

E choram ao ver

Ao sentir, ao viver

Sem sofrer nem chorar

Até o fim seguirei

Sonhando, cantando, sentindo

Lembrando, expirando minha’alma

Correndo pra ti

Suspirando ao te ver

Desejando te ter

Novamente sorrindo ao meu lado

Me olhando, nos olhos um brilho

E um certo sigilo, de algo escondido

No fundo do peito

E na palma das mãos

Que acalantam meu ser

E enobrece o destino,

Me faz sonhar acordado

Com um abraço apertado

E um beijo sincero

Da minha amada, saudade!

Que com amor ainda espero!

Saudade de você Marina Bidinelo

Paulo Vitorelli
Enviado por Paulo Vitorelli em 03/01/2011
Código do texto: T2707653
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