Depois…

De abraçar os teus braços parti de novo para a grande aventura

De me aventurar no território desconhecido

Que se estendia perante mim

Rostos e pessoas

Que eu temia

Pelo acto de saber nunca os iria entender

Pela simples e difusa razão

Que sou mesmo assim…

De abandonar zonas seguras

Por onde devia andar

Porque certos destinos

Aprendi a desenganar…

Porque não gosto que se feche a vida numa caixa

E que depois

Se passe outra vida a lamentar

O tal destino

E que não é nele

O nosso lugar…

Porque não admito chavões

Nem frases feitas

Um tipo de tiranias

Um tipo de arbitrariedades

A existência pertence a cada um

E não ao iluminado ou iluminada

Que julga ser detentor

De uma espécie de verdade…

E por isso

Na nossa grande altura

Tive que te deixar

Porque quando devias ter falado em “nós”

Disseste “eu”

Porque não acreditavas

Que eu longe de ti

Pudesse florescer

Porque o amor

É uma palavra

Que os dois

E não apenas um

Deve colher…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 03/01/2011
Código do texto: T2707532
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